O Demônio é Interessante

Ele faz com que milhares de pessoas acreditem, não nas mentiras que poderia enunciar, mas nas próprias convicções de cada um, na pluralidade de concepções, em face da verdade singular — é que o demônio é interessante do ponto de vista em que se vê buscando controlar a narrativa.

IA. O Diabo Tocando Violino com Outros Demônios.

1. No Evangelho de Jesus Cristo segundo São Mateus, São Marcos e São Lucas, encontra-se claramente “[Eu] não vim chamar [à conversão] os justos, mas os pecadores”. Em colchetes foram colocadas as expressões que diferem nos testemunhos, mas que não mudam a verdade expressada por Nosso Senhor.

2. Os “justos”, como ao se declarar puro, está para quem já se considera isento de pecado, como assim se vê no comportamento dos fariseus nas passagens do Novo Testamento (Mt 9, 13; Mc 2, 17; Lc 5, 32), pois quem doente, diante do médico, recusaria sua assistência? Apenas os que não se acham doentes.

3. Importa entender que ninguém é “justo” perante o pecado original, que põe todos os seres humanos em igual condição de doentes e necessitados de um médico, donde, neste ponto, aqueles que ignoram a doença, tendem também a ignorar as prescrições passadas por aquele que pode curar.

4. Não são somente as prescrições ignoradas, assim como fazem ao ofício inteiro daquele médico, mas não sem antes terem pelas curas já feitas algum falso receio, como quem desconfia da medicina que remove um abcesso ou baixa uma febre. Portanto, ignoram o que é efetivo, embora contrário às próprias convicções.

5. Daí é que o farisaísmo na atualidade é a modalidade preferida às empresas (no sentido de realização) do demônio, que não precisa de mentiras, mas das convicções que possam ter, sobretudo se desvirtuam os ensinamentos de Jesus Cristo. Não à toa é possível perceber “católicos” negarem seu pontífice.

6. Negam seu pontífice por uma ideologia politizada, relativa à Tradição em isolamento ou como sendo a única chave de compreensão às mais duas colunas da Igreja Católica, quais sejam, Magistério e Sagrada Escritura. Ao isolá-la, misturam-na de imediato com uma falsa moral, portanto, isenta de Jesus Cristo.

7. Por tal questão Ele diz: “Ide e aprendei o que significam estas palavras: Eu quero a misericórdia e não o sacrifício.” (Mt 9, 13), assim como saiu da boca do profeta Oséias (6, 1-6). Entretanto, vive-se para notar os puros ou “justos” deste tempo, coando mosquitos e engolindo camelos — mas não para por aqui!

8. Vive-se para notar quão preciosa é a receita: “Guardai-vos de fazer vossas boas obras diante dos homens, para serdes vistos por eles. Do contrário, não tereis recompensa junto de vosso Pai que está no céu.” (Mt 6, 1). Mas eis que, negando o pontífice em público, põem-se os “justos” em oração ao vivo pela morte deste Papa (rejeitado).

9. Se os fariseus negavam suas profecias e o Salvador, os “justos” de agora negam a própria Salvação, motivo pelo qual há de se reconhecer quão interessante é o demônio, que diz “Senhor, Senhor” (Mt 7, 21) e faz o povo unir-se às ideologias que sustentam ao se “apoderarem” da fé, que não tem outro nome além de heresia.

    Para referenciar esta postagem:

ROCHA, Pedro. O Demônio é Interessante. Enquirídio. Maceió, 03 mai. 2025. Disponível em https://www.enquiridio.org/2025/05/o-demonio-e-interessante.html.